Sugestões para leitura

Matemática Digital: Uma Interação da Interpretação com a Tecnologia


Por: JOSE DE RIBAMAR BRINGEL FILHO
INTRODUÇÃO:
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais no ensino da matemática, na seção Rumos e Desafios, discutem-se o processo de ensino-aprendizagem, a metodologia, enfoques, estratégias e os procedimentos educacionais para o ensino da área. A pertinente presença da Matemática no desenvolvimento de competências essenciais, envolvendo habilidades de caráter gráfico, geométrico, algébrico, estatístico, probabilístico, é claramente expressa nos objetivos educacionais da Resolução CNE/98. O simples fato de tirar o educando da sala de aula, onde na maioria das vezes o professor utiliza apenas aulas expositivas com poucos recursos de áudio ou visuais e materiais didáticos para o ensino, e levá-lo ao laboratório de Informática pode influenciar o aluno para que o mesmo se interesse em aprender, por isso desenvolvemos um projeto pedagógico para melhoria e qualidade de ensino de nossa escola obtendo assim uma boa oportunidade para mostrar o quanto a matemática faz presente em suas vidas e que o saber tecnológico que adquirem no colégio pode gerar produtos educacionais confeccionados por eles mesmos (sites, blogs, jogos).
METODOLOGIA
Na primeira experiência, selecionamos textos curtos, para atividade de leitura e interação, processada em quatro etapas. Na primeira, podemos definir como etapa de mobilização do imaginário, a intenção é ativar a participação do aluno e desenvolver sua percepção que durante a leitura há um trabalho, por parte do leitor de predições, inferências, hipóteses que serão confirmadas ou negadas na seqüência do texto. Na segunda etapa, o aluno deverá ter acesso ao texto na íntegra para uma releitura. Essa etapa está destinada à verbalização do aluno sobre sua própria leitura.
A terceira etapa é uma volta analítica ao texto. Não significa que se faça novamente uma leitura do texto, mas sim, destacar aspectos relevantes que possam elucidar questões que ficaram pendentes ou redirecionar posições equivocadas percebidas na etapa da verbalização e assim, encaminhar a interpretação do texto. Finalizando as etapas o aluno terá todo conhecimento para a interpretação das resoluções das questões oferecidas futuramente.
RESULTADOS
Os possíveis resultados é que 95% dos alunos participaram e desenvolveram 90% na melhoria de suas avaliações.
CONCLUSÃO
Se considerarmos percepção, imaginação e manipulação, poderemos dotar as atividades de aprendizado com tecnologias externas ao sistema cognitivo humano (textos,imagens, vídeos). Nesse sentido, à competência na exploração das capacidades humanas a serem desenvolvidas, através de propostas de ações, recai na busca de resoluções a problemas, e sua aplicação envolve a relação professor / aluno.
Autores: 
Ribamar Bringel Filho² 
1. Aluno da EEFM Presidente Geisel Polivalente 
2. Professor da EEFM Presidente Geisel Polivalente





Poesia Matemática
Millôr Fernandes

Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Texto extraído do livro "
Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.
Tudo sobre Millôr Fernandes e sua obra em "Biografias".


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